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Crónica: Sport estrategista arranca nulo contra um São Paulo pouco criativo

São Paulo e Sport empatam sem golos no Morumbis. Tricolor domina mas pouco cria, enquanto o Leão de Pepa mostra organização, entrega e arranca ponto precioso fora de casa na estreia do Brasileirão. Calleri desperdiça penálti logo aos dois minutos.

Por Eduardo Vieira

01/04/2025 – Atualidade/Opinião

Imagem: Paulo Paiva/Sport Recife

São Paulo e Sport iniciaram o Brasileirão com um empate sem golos no Morumbis, mas a igualdade no marcador não traduziu o embate de filosofias que se viu em campo. De um lado, um São Paulo previsível, com dificuldades em criar, e do outro, um Sport estrategicamente montado para resistir e, dentro das suas possibilidades, incomodar. Resultado: ponto importante para os pernambucanos e sinais preocupantes para os paulistas.

Logo aos dois minutos, os tricolores tiveram a grande chance de abrir o marcador. Calleri teve nos pés a oportunidade perfeita, mas desperdiçou uma grande penalidade ao rematar para fora. A falha foi simbólica para o que viria a seguir: domínio territorial sem profundidade, circulação lenta e pouca criatividade para desmontar a sólida organização defensiva do adversário.

Crédito, aliás, para Pepa. O técnico português leu o contexto com precisão. Sabia que não seria o Sport o protagonista na maioria das jornadas da Série A e adaptou-se. Preencheu o meio-campo com Rivera, Sérgio Oliveira e Du Queiroz (este último titular de última hora), montando uma linha média compacta, capaz de conter o São Paulo e lançar saídas com critério. Mesmo com apenas 30% de posse durante boa parte da primeira parte, o Leão foi maduro: cadenciou o jogo, travou a pressão adversária e, quando possível, tentou construir com bola no pé.

O São Paulo, por sua vez, revelou as mesmas limitações ofensivas que já haviam causado preocupação nas fases finais do Paulistão. Lucas Moura e Oscar estiveram ausentes, é verdade, mas a equipa, coletivamente, continua a apresentar um futebol previsível, sem dinâmica no último terço e dependente de iniciativas isoladas.

Na segunda parte, os donos da casa voltaram com mais ímpeto. Ainda assim, a única grande defesa de Caíque França veio numa cabeçada de Calleri. Do outro lado, o Sport continuou fiel à sua proposta. Encontrou espaços pontuais, como no lance em que Lenny Lobato, servido por Sérgio Oliveira, quase marcou com um remate cruzado que saiu a rasar o poste.

No final, assobios para Zubeldía no Morumbis e elogios para Pepa. O treinador do Sport Recife enalteceu a entrega dos seus jogadores.

“Temos que realçar acima de tudo a organização defensiva, o rigor, o espírito de sacrifício. (…) O que é inegociável é este espírito de entrega”, destacou o treinador durante a coletiva de imprensa.

O destaque individual do Sport vai para Rivera, que continua a subir de rendimento. Firme na marcação e lúcido na construção, foi essencial para o equilíbrio da equipa pernambucana. Pelo São Paulo, a nota positiva ficou por conta do jovem Matheus Alves, que entrou bem na etapa final e criou uma das raras jogadas ofensivas com algum brilho.

No cômputo geral, um ponto que pode valer ouro para o Sport na sua caminhada de permanência. Para o São Paulo, porém, ficou a sensação de que há muito por corrigir — e pouco tempo para isso.

Imagem: Paulo Paiva/Sport Recife

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