A sexta jornada do Brasileirão 2025 foi marcada por momentos de alívio, persistência e frustração para os representantes portugueses. Renato Paiva finalmente encontra respostas no Botafogo e consegue a sua primeira exibição convincente, enquanto Pepa volta a decepcionar, mesmo com mudanças no modelo de jogo. Abel Ferreira vê o Palmeiras produzir, mas perder, e Leonardo Jardim dá mais um passo rumo à solidez. Entre os jogadores, João Silva recupera terreno e Rafael Ramos mantém regularidade.

Treinadores

Abel Ferreira (Palmeiras) – Nota 5.0/10
Abel optou por iniciar a partida sem Estêvão, que ficou no banco, e o Palmeiras sentiu a sua ausência na criação ofensiva. Ainda assim, promoveu a estreia de Benedetti como titular na defesa, que correspondeu. Com as entradas de Estêvão, Paulinho e Vitor Roque na segunda parte, a equipa cresceu e foi mais perigosa. Apesar da derrota frente ao Bahia, o rendimento não foi negativo. O Palmeiras criou bastante, mas pecou na finalização e viu o adversário ser letal nos momentos decisivos.

Leonardo Jardim (Cruzeiro) – Nota 5.5/10
Manteve a base que tem funcionado no Brasileirão, alterando apenas por necessidade física. A equipa voltou a apresentar bons momentos ofensivos, explorando bem os flancos através de triangulações. A defesa ainda sofre com bolas paradas e cruzamentos, mas volta a ter uma atuação sem sofrer golos. O guarda-redes Cássio foi decisivo, mas a tendência de crescimento é clara. Jardim vai ajustando a engrenagem, mesmo com limitações do plantel.

Pepa (Sport Recife) – Nota 3.5/10
Apesar do volume de jogo e da tentativa de mudar a estrutura, o Sport voltou a sair sem marcar nem vencer. Pepa apostou num sistema com dois extremos rápidos e viu bons sinais nos primeiros 45 minutos. Contudo, a equipa voltou desconectada para a segunda parte, e as substituições tardias e pouco eficazes selaram mais uma jornada frustrante. A incapacidade de encontrar soluções ofensivas continua a desgastar a relação com os adeptos e a fragilizar o treinador.

Renato Paiva (Botafogo) – Nota 7.5/10
Depois de semanas de pressão, Paiva reformulou o sistema de jogo e colheu os frutos. A aposta em dois pontas-de-lança (Igor Jesus e Mastriani) trouxe nova dinâmica, com aproximação, agressividade e bom aproveitamento de espaços. Matheus Martins brilhou, e o Botafogo dominou o Fluminense na primeira parte. A vitória foi essencial para acalmar o ambiente e mostrar que há, sim, caminhos para evolução sob o comando do treinador português.

Jogadores

Cédric Soares (São Paulo) – Nota 5.0/10
Entrou na segunda parte para corrigir o lado direito defensivo, substituindo Ferreira. Foi melhor do que o colega, mas cometeu alguns erros de passe e travou jogadas no ataque. Exibição mediana.

Gonçalo Paciência (Sport) – Nota 4.5/10
Mostrou bom posicionamento e trabalho de pivô enquanto esteve em campo. No entanto, voltou a sentir dificuldades físicas ainda na primeira parte e teve de sair. A condição física é um obstáculo a ser vencido.

João Silva (Sport) – Nota 5.5/10
Após sequência negativa, voltou a apresentar uma exibição segura. Participou bem na saída de bola e foi decisivo nas bolas aéreas defensivas. Sinal positivo de recuperação, ainda que abaixo do que já demonstrou.

Nuno Moreira (Vasco) – Nota 5.0/10
Acusou desgaste físico e teve uma exibição discreta. Tentou participar nos contra-ataques, mas sem sucesso. Saiu ao intervalo, o que limitou a sua influência no jogo.

Rafael Ramos (Ceará) – Nota 6.0/10
Titular novamente, agora de volta à lateral-direita. Apresentou uma actuação sólida na defesa e, embora discreto ofensivamente, cumpriu bem o seu papel. Mostra consistência e fiabilidade.

Sérgio Oliveira (Sport) – Ficou de fora devido a problemas físicos e não participou na jornada.

Balanço final

A sexta jornada trouxe uma importante vitória para Renato Paiva, que enfim apresentou uma versão organizada e eficaz do Botafogo. Leonardo Jardim mantém a estrutura que vem funcionando, mesmo com limitações defensivas. Abel Ferreira viu boa produção ofensiva sem resultado, enquanto Pepa, mesmo após mudanças, segue sem conseguir respostas — e sem vencer. Entre os jogadores, João Silva dá sinais de recuperação, Rafael Ramos mantém regularidade, e Gonçalo Paciência precisa superar as limitações físicas para mostrar o seu valor.