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Crónica: São Paulo e Cruzeiro empatam sob vaias do Morumbis

São Paulo e Cruzeiro protagonizaram um empate sem grandes emoções no Morumbis, sob vaias dos adeptos tricolores. Ferreira e Kaio Jorge marcaram os golos de uma partida que expôs fragilidades ofensivas e defensivas de ambas as equipas.

Por Eduardo Vieira

13/04/2025 – Atualidade/Opinião

Imagem: Marcos Ribolli

Lucas Moura levou as mãos à cabeça no camarote do Morumbis. E não era por acaso. A expressão do ídolo tricolor talvez tenha sintetizado da melhor forma o sentimento colectivo dos adeptos do São Paulo após mais um empate frustrante no Brasileirão. Diante do Cruzeiro, num jogo de tempos opostos, o Tricolor voltou a não convencer, deixou escapar a vitória em casa e somou o terceiro empate consecutivo na competição. Do outro lado, a equipa de Leonardo Jardim, remendada e reconfigurada, reagiu na base da superação e arrancou um ponto fora de casa: 1-1 no marcador final.

A primeira parte foi, no mínimo, esquecível. Pouco inspirada, com escassas oportunidades reais e finalizações inofensivas de ambos os lados. Matheus Pereira tentou algo pelo Cruzeiro, Ferreira fez o mesmo pelo São Paulo, mas sem qualquer grande efeito prático. Uma partida travada, presa, pouco criativa.

Tudo o que faltou na etapa inicial apareceu, ainda que timidamente, na segunda parte. E logo com um bonito golo. Aos seis minutos, Cédric — seguro a defender e agora decisivo a atacar — encontrou Ferreira na área com um cruzamento perfeito. O avançado cabeceou com precisão para abrir o marcador e fazer explodir o Morumbis. Era o prémio merecido para o melhor jogador tricolor em campo.

Mas a festa durou pouco. A Raposa não se abalou e reagiu com perigo: Villalba acertou na trave e, pouco depois, Kaio Jorge aproveitou um canto mal defendido para rematar por entre as pernas de Rafael e empatar o jogo. O jovem avançado, que ganhou a vaga de Gabigol — ausente, mesmo estando disponível —, mostrou oportunismo e justificou a escolha do treinador.

O empate, no entanto, deixou mais perguntas do que respostas para ambos os lados. No São Paulo, a falta de criatividade ofensiva continua a ser um problema grave. A ausência de Lucas Moura e Oscar tem pesado mais do que o esperado, e a paciência dos adeptos para com Luis Zubeldía parece estar a esgotar-se. As vaias ao apito final foram audíveis, e a expectativa de evolução começa a transformar-se em cobrança.

Para o Cruzeiro, o ponto fora de casa representa algum alívio. Tendo entrado com sete alterações no onze inicial, a equipa conseguiu, ao menos, estancar a sequência de três derrotas consecutivas. Melhorou defensivamente, com destaque para a sólida actuação de Villalba ao lado de Fabrício Bruno, e viu em Lucas Silva uma figura essencial no meio-campo. O capitão deu equilíbrio, qualidade de passe e serenidade à formação celeste. Ainda há muito a corrigir — nomeadamente a impressionante série de 14 jogos consecutivos a sofrer golos — mas a resposta anímica foi positiva.

Um empate que não aquece nem arrefece a tabela, mas que faz soar alarmes no Morumbis… e acende pequenas luzes de esperança em Belo Horizonte.

Imagem: Marcos Ribolli

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