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Crónica: Em partida pouco inspirada, Palmeiras vence com brilho de Weverton

Verdão vence o Fortaleza por 2-1 no Castelão,encerra jejum de quase seis anos sem triunfar na casa do Leão e assume a liderança isolada do Brasileirão após cinco jornadas.

Por Eduardo Vieira

21/04/2025 – Atualidade/Opinião

Imagem: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Nem sempre é preciso ser brilhante para vencer — e o Palmeiras, de Abel Ferreira, sabe disso melhor do que ninguém. Num jogo morno tecnicamente, disputado sob o calor e o gramado seco do Castelão, o Verdão foi mais eficaz que criativo e venceu o Fortaleza por 2-1, pela 5.ª jornada do Brasileirão. Com golos de Facundo Torres e Flaco López, e um penálti defendido por Weverton nos acréscimos, a equipa paulista confirmou a liderança isolada da competição.

O primeiro tempo foi, durante longos minutos, um convite ao bocejo. O ritmo lento das equipas, condicionado pelo clima e pelas condições do relvado, travava qualquer construção ofensiva mais elaborada. O Fortaleza apostava em Allanzinho pela direita, tentando explorar o lado de Giay, enquanto o Palmeiras recorria aos pivôs de Flaco López e à velocidade de Estêvão. Mas nada fluía. Até os 35 minutos, cada lado havia finalizado apenas uma vez.

Foi apenas nos minutos finais da etapa inicial que o jogo ofereceu algum alento. David Luiz salvou sobre a linha um golo certo de Facundo Torres, e Estêvão viu um golo ser negado por uma boa intervenção de Kuscevic — posteriormente anulada por fora de jogo mal assinalado. Aos 45, finalmente a rede balançou: Richard Ríos cobrou uma falta da esquerda, a bola desviou na barreira e sobrou para Facundo Torres, que completou para o fundo das redes. O suficiente para colocar o Palmeiras em vantagem ao intervalo.

No segundo tempo, o Verdão manteve a estratégia de contenção e contra-ataque. E foi precisamente numa transição rápida que surgiu o segundo golo. Após corte de Gustavo Gómez, Estêvão e Facundo Torres combinaram para deixar Flaco López no um contra um com David Luiz. O argentino foi mais rápido, bateu cruzado e ampliou. Eficiência pura.

O Fortaleza, pressionado pelos maus resultados, só foi reagir após as substituições promovidas por Vojvoda. Com Lucero e Tinga em campo, a equipa passou a atuar num 4-4-2 e encheu mais a área. Aos 69 minutos, Allanzinho cruzou da direita e Deyverson — ídolo palmeirense — cabeceou para reduzir. O golo trouxe ânimo ao Leão, mas não consistência.

Abel Ferreira respondeu com inteligência: colocou Naves, Allan e Aníbal Moreno para segurar o resultado e travar o ímpeto adversário. A aposta na linha de cinco defensores funcionou, e o Fortaleza passou a atacar com cruzamentos pouco inspirados. Weverton, até então tranquilo, foi chamado a intervir apenas numa defesa firme a remate de Lucas Sasha.

Mas o momento decisivo do jogo ainda estava por vir. Aos 89 minutos, Naves tocou involuntariamente com o braço na bola após disputa com Deyverson. O árbitro assinalou penálti após revisão no VAR. Lucero cobrou para o lado esquerdo, mas Weverton defendeu e garantiu os três pontos.

Com o resultado, o Palmeiras chegou aos 13 pontos e abriu dois de vantagem para o vice-líder Flamengo. Já o Fortaleza segue em queda livre: venceu apenas uma vez nos últimos dez jogos e somou mais uma atuação apática, com dificuldade na criação ofensiva e nova falha de consistência defensiva.

Se é verdade que os campeonatos se vencem também nos dias menos inspirados, o Palmeiras mostrou mais uma vez por que é candidato a tudo. No Castelão, fez o suficiente — e saiu com tudo.

Imagem: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

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