Botafogo e São Paulo empataram por 2-2 num jogo intenso e movimentado no Nilton Santos. Ferreira e Savarino brilharam, mas erros colectivos marcaram uma partida com protestos da torcida alvinegra e pressão crescente sobre Zubeldía.
17/04/2025 – Atualidade/Opinião
O empate por 2-2 entre Botafogo e São Paulo, nesta quarta-feira (16), no Estádio Nilton Santos, foi um daqueles encontros que deixaram os adeptos divididos entre a empolgação e a frustração. Emoção não faltou: quatro golos, alternância no marcador, bons momentos técnicos e, sobretudo, um jogo escancarado, com falhas e oportunidades para ambos os lados. Melhor para o espectáculo, pior para os treinadores — especialmente Renato Paiva, que ouviu os primeiros protestos da massa alvinegra nas bancadas.
O primeiro tempo foi agitado, como raramente se vê no Brasileirão. O Tricolor abriu o marcador com um golaço de Ferreira aos 21 minutos, num remate seco e colocado após sobra de canto mal afastado. A resposta do Botafogo veio rápido: três minutos depois, Savarino puxou para o pé esquerdo e mandou para o fundo das redes, também num belo golo. A intensidade seguiu, e aos 38, após jogada bem construída novamente por Ferreira, André Silva apareceu para finalizar com precisão e devolver a vantagem ao São Paulo. Ainda antes do intervalo, o VAR anulou um penálti marcado a favor dos cariocas e invalidou um golo de Ferraresi por fora-de-jogo.
Na segunda parte, o São Paulo voltou mais retraído — e o Botafogo, mais agressivo. Zubeldía optou por uma retranca acentuada, chegando a montar uma linha de seis na defesa. Com isso, abriu mão de atacar e sofreu com a pressão. Rafael, em noite inspirada, fez duas grandes defesas em remates consecutivos de Igor Jesus e Matheus Martins. Mas a insistência deu frutos: aos 25 minutos, Savarino cobrou um canto na medida, e Igor Jesus apareceu para igualar o marcador.
Apesar da mudança de atitude nos minutos finais, quando voltou a sair para o jogo, o São Paulo já não teve tempo para retomar a dianteira. E ficou a sensação de que o resultado poderia ter sido diferente se Zubeldía não tivesse sido tão conservador na abordagem ao segundo tempo. Ainda assim, o desempenho colectivo foi superior ao de outras partidas recentes. Ferreira voltou a ser o melhor em campo, com um golo, uma assistência e muita presença ofensiva.
Do lado do Botafogo, a postura ofensiva foi positiva. A entrada de Savarino como organizador central funcionou bem, e o venezuelano foi o nome do jogo do lado alvinegro, com golo e assistência. A equipa criou mais, rematou mais, mas falhou nas decisões no último terço— problema que já torna-se crónico na equipa comandada por Paiva— e sofreu dois golos por erros de marcação e posicionamento— pontos que vinham sendo elogiados nos últimos jogos. Ao acionar Patrick de Paula, que entrou no lugar de Gregore, Renato Paica ouviu os primeiros protestos das bancadas alvinegras contra si, quando chamavam-no de “burro”. O português soma duas vitórias, dois empates e duas derrotas até agora no comando do Botafogo.
Para o São Paulo, o resultado não é catastrófico, sobretudo pelas ausências por lesão e o adversário qualificado. Mas é mais um empate em sequência — o quarto jogo sem vencer — e o clássico contra o Santos no domingo pode representar um ponto de viragem. A equipa tem mostrado evolução em alguns aspectos, mas precisa transformar competitividade em vitórias. Para Zubeldía, cada jogo parece ser um novo teste de sobrevivência.
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