Antes da recente onda de jogadores lusitanos no Brasil, Rogério “Pipi” fez história como o primeiro português a atuar no país. Ídolo do Benfica e referência no futebol português, o avançado teve uma rápida passagem pelo Botafogo em 1947.
25/03/2025 12h00 .- História
Rogério Lantres de Carvalho, conhecido como Rogério “Pipi”, foi um dos maiores avançados da história do Benfica e da seleção portuguesa, sendo considerado o maior nome da história benfiquista antes do surgimento de Eusébio.
Aos 24 anos, em 1947, Pipi tornou-se o primeiro futebolista português a atuar no Brasil ao ser contratado por empréstimo pelo Botafogo para a disputa do Campeonato Carioca daquele ano. A sua chegada despertou grande expectativa, já que era uma estrela no futebol europeu. No entanto, a sua passagem pelo clube carioca não foi isenta de desafios.
No Botafogo, Rogério Pipi teve problemas de relacionamento com um dos maiores jogadores da história do clube, Heleno de Freitas. Conhecido pelo temperamento explosivo, Heleno teve desentendimentos com o português, dificultando a sua adaptação ao futebol brasileiro.
“Se o Rogério acertasse metade das bolas que tentou, o Heleno colocá-lo-ia nas nuvens; ia consagrar-se no futebol brasileiro. Só que ele errava uma, duas, a pressão aumentava, o Heleno descalibrava-se, humilhava, irritava-se, e o Rogério só faltava chorar”, relatou o defesa-esquerdo daquela equipa, Juvenal, citado no livro “Nunca houve um homem como Heleno”, do autor Marcos Eduardo Neves.
Após oito jogos (e nenhum golo) com a camisola alvinegra e a derrota para o Vasco da Gama na final do campeonato estadual, Rogério retornou ao Benfica, onde seguiu brilhando e consolidando o seu legado no futebol português.
Ao longo da sua carreira no clube lisboeta, disputou 314 jogos e marcou 205 golos, tornando-se o sexto maior artilheiro da história das Águias. Conquistou três campeonatos nacionais (1942/43, 1944/45 e 1949/50) e detém até hoje o recorde de mais golos assinalados em finais da Taça de Portugal, com 15 tentos.
Pela seleção nacional, o ídolo das Águias soma 15 jogos e dois golos entre 1944 e 1953.
Rogério “Pipi” faleceu no dia 8 de dezembro de 2019, aos 97 anos, mas a sua trajetória segue viva na memória dos benfiquistas e na história do futebol luso-brasileiro. Como pioneiro entre os jogadores portugueses no Brasil, abriu caminho para futuras gerações que hoje buscam o sucesso no país do futebol.
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