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Crónica: São Paulo vence o Santos no “Sansão” em jogo com tempos distintos

Com uma grande primeira parte e susto no final, o São Paulo venceu o Santos por 2-1 no Morumbis e conquistou a sua primeira vitória no Brasileirão. Rafael brilhou nos acréscimos e Peixe mantêm-se em posição desconfortável na tabela.

Por Eduardo Vieira

20/04/2025 – Atualidade/Opinião

Imagem: Rubens Chiri / São Paulo FC

Depois de quatro empates consecutivos, o São Paulo reencontrou o caminho das vitórias no Campeonato Brasileiro. No Morumbis, diante de mais de 50 mil adeptos, o Tricolor venceu o Santos por 2-1 e aliviou a pressão sobre Luís Zubeldía, que vinha a ser questionado pelos resultados recentes. Com uma grande primeira parte e uma segunda etapa mais sofrida, a equipa paulista garantiu os três pontos num clássico que teve um herói nos acréscimos: Rafael.

A entrada em campo do São Paulo foi fulminante. Pressão alta, movimentação coordenada e rapidez na execução ofensiva, marcaram o início de jogo no Morumbis. Aos 9 minutos, Ferreirinha tabelou com André Silva e apareceu na área para concluir a jogada com um toque preciso: 1-0 — o quinto golo do médio tricolor nos últimos dez dias. 

A superioridade tricolor continuava clara. O Santos, mal posicionado defensivamente, não conseguia ajustar-se aos movimentos de Lucas Ferreira, Ferreirinha e Matheus Alves, que comandavam as ações ofensivas do São Paulo. Aos 22, Matheus Alves encontrou André Silva e, com um lindo passe, o deixou livre na área para fazer o segundo golo, castigando mais uma vez a linha defensiva santista.

O Santos acumulava erros em todos os sectores. João Schmidt falhava na saída de bola, Zé Ivaldo comprometeu no segundo golo, Barreal e Rollheiser tentavam criar jogadas, mas eram pouco eficientes. As transições eram lentas e a pressão pós-perda, ineficaz. No entanto, mesmo longe do ideal, o Peixe conseguiu reduzir antes do intervalo em um lance fortuito. Após toque no braço de Enzo Díaz, o árbitro assinalou penálti. Tiquinho Soares, ex-FC Porto, cobrou com categoria e colocou o Santos de volta ao jogo.

Na segunda parte, o panorama mudou. O Santos regressou mais agressivo, enquanto o São Paulo perdeu intensidade. A equipa santista teve boas oportunidades logo nos minutos iniciais, com Tiquinho e Guilherme a criarem perigo. O Tricolor demorou a reagir, perdeu o controlo da posse e viu-se obrigado a resistir no campo defensivo. Ainda assim, quase marcou o terceiro golo com Matheus Alves, em jogada onde os são-paulinos reclamaram penálti.

Zubeldía respondeu com substituições conservadoras, incluindo a entrada de Ferraresi para compor uma linha de cinco defesas. O Santos, agora comandado interinamente por César Sampaio, renovou o fôlego da equipa e passou a rondar a área são-paulina com mais frequência. Mas o ímpeto ofensivo esbarrou no guarda-redes Rafael, que brilhou nos minutos finais com uma defesa crucial em cabeceamento de Thaciano.

Apesar da vitória, a torcida tricolor não escondeu a frustração com o recuo excessivo da equipa, algo que já havia custado pontos nas jornadas anteriores. Zubeldía, embora ainda sob observação, ganha algum alívio com o triunfo — e terá agora a oportunidade de trabalhar com mais tranquilidade.

Do lado santista, o saldo é amargo. A equipa voltou a ser frágil defensivamente e só cresceu quando o adversário permitiu. O destaque vai para Rollheiser, que fez a sua melhor exibição desde que foi contratado junto ao Benfica, sendo o principal criador de jogadas na segunda parte. Mas a realidade é dura: a equipa aproxima-se perigosamente da zona de rebaixamento e ainda procura um novo comandante após a saída de Pedro Caixinha.

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