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Crónica: Léo Jardim brilha e segura empate no Clássico dos Milhões

Com grande atuação do guarda-redes vascaíno, Vasco e Flamengo empataram sem golos num clássico intenso no Maracanã. Cruzmaltino faz melhor clássico dos últimos tempos e rubro-negro dorme na liderança do Brasileirão.

Por Eduardo Vieira

20/04/2025 – Atualidade/Opinião

Imagem: André Durão/ge

O Clássico dos Milhões teve tudo — menos golos. Em noite vibrante no Maracanã, Vasco e Flamengo ficaram no 0-0, mas entregaram um jogo intenso, bem disputado e repleto de oportunidades. O resultado, apesar de amargo para os dois lados, teve um protagonista incontornável: Léo Jardim. O guarda-redes vascaíno fez pelo menos cinco defesas decisivas e garantiu ao Cruzmaltino um ponto precioso diante de um rival que, mesmo com uma partida decisiva de Libertadores no horizonte, foi a jogo com o que tinha de melhor.

A expectativa era de domínio claro do Flamengo, dadas os recentes encontros das duas equipas. Mas o Vasco surpreendeu. A equipa de Fábio Carille começou com personalidade, subindo as linhas e aproveitando as falhas de reocupação do meio-campo rubro-negro. Paulo Henrique e Nuno Moreira assustaram nos primeiros 15 minutos, com direito a bola na trave e uma defesa impressionante de Rossi. O Cruzmaltino teve mérito na forma como tirou a bola das zonas de pressão e acelerou as transições ofensivas com Coutinho a orquestrar.

O Flamengo, porém, cresceu. Com Gerson e Michael muito ativos, conseguiu explorar o lado esquerdo da defesa vascaína e criar lacunas entre os defensores. Ambos obrigaram Léo Jardim a duas intervenções de alto nível ainda no primeiro tempo. A posse de bola era claramente rubro-negra, e a insistência em atrair o adversário para depois encontrar espaços nas costas funcionava — mas o golo teimava em não sair. Ao intervalo, os dois guarda-redes já haviam justificado os aplausos: Rossi e, sobretudo, Léo Jardim brilhavam no Maracanã.

Na segunda parte, o cenário mudou de forma sutil. O Flamengo manteve a postura ofensiva, mas o Vasco perdeu profundidade. As substituições, por necessidade física e falta de opções, comprometeram a produção ofensiva cruzmaltina. A equipa deixou de rematar e passou a preocupar-se exclusivamente em defender. Ainda assim, resistia com organização e coragem.

Com a substituição de Gerson, o Flamengo implementou um ritmo mais lento e recorreu aos cruzamentos para tentar quebrar o bloco defensivo adversário. Bruno Henrique e Pedro quase marcaram, mas Léo Jardim apareceu outra vez. Já nos acréscimos, defendeu com firmeza uma cabeçada de Everton Cebolinha e um potente remate de Pedro, garantindo o empate.

No fim, o capitão flamenguista reconheceu a noite inspirada do rival. “Tentámos o golo a todo momento, mas temos que dar os parabéns ao Léo Jardim. Foi muito bem hoje”, afirmou Gerson. Nas redes sociais, até o perfil oficial do Flamengo entrou na brincadeira: “Virou o Neuer”, publicou o clube.

O Vasco, apesar de não quebrar o incômodo jejum de onze clássicos sem vencer o Flamengo — e nove anos sem superá-lo em Brasileiros —, fez uma das suas melhores atuações em clássicos recentes. Enquanto os titulares tiveram fôlego, a equipa foi competitiva, ousada e perigosa. A queda na reta final expôs a limitação do plantel, mas o ponto conquistado é importante para as boas aspirações do time comandado por Fábio Carille.

Para o Flamengo, o empate tem sabor agridoce. Manteve-se na liderança provisória do campeonato, mas perdeu a chance de consolidar o favoritismo num jogo em que criou mais. A exibição foi sólida, mas esbarrou na noite perfeita de um guarda-redes que, sozinho, segurou o clássico.

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