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Crónica: Sport é dominante, mas o Palmeiras vence com dois golos em penalidades

Com dois penáltis convertidos, o Palmeiras venceu o Sport por 2-1 na Ilha do Retiro. Apesar da derrota, a formação pernambucana deixou excelente impressão e demonstrou que pode competir com os principais candidatos da Série A

Por Eduardo Vieira

07/04/2025 – Atualidade/Opinião

Imagem: Paulo Paiva / Sport Recife

Num duelo que marcou o regresso oficial da Ilha do Retiro à elite do futebol brasileiro, Sport e Palmeiras protagonizaram um encontro intenso, equilibrado e com sabor agridoce para os rubro-negros. Apesar da derrota por 2-1, com dois golos sofridos através da marca dos onze metros, a formação pernambucana mostrou que está preparada para competir taco a taco ao mais alto nível. O Verdão, por seu lado, levou os três pontos, mas voltou a exibir debilidades e continua à procura do bom futebol.

A primeira parte foi claramente dominada pelo Sport. Com mais posse de bola, maior agressividade e uma exibição inspirada de Lucas Lima, a equipa orientada por Pepa controlou o meio-campo, impôs o ritmo e criou mais oportunidades.

O Palmeiras, com um onze alternativo, demonstrou falta de entrosamento e quase não incomodou — à exceção do penálti sofrido por Flaco López, aos 30 minutos. O avançado argentino, um dos poucos destaques dos paulistas, converteu com tranquilidade. A resposta do Sport foi imediata: aos 37, após canto cobrado por Lucas Lima, Barletta rematou de primeira e igualou com um belo golo.

Na segunda parte, Abel Ferreira mexeu no esquema e nas peças. As entradas de Piquerez e Estêvão ao intervalo foram o primeiro sinal de mudança. Depois, com Raphael Veiga em campo, o Palmeiras abdicou dos três centrais e passou a ocupar melhor os espaços, ganhando algum controlo da posse. Ainda assim, foi o Sport quem continuou a causar mais perigo — e só viria a ser superado nos minutos finais, num lance decisivo e envolto em polémica.

Aos 87 minutos, Veiga caiu na área e o árbitro assinalou grande penalidade para o Palmeiras. A decisão gerou protestos intensos dos jogadores do Sport. Após longa interrupção, Piquerez bateu com frieza e selou a vitória. No dia seguinte, a CBF anunciou o afastamento por tempo indeterminado do árbitro principal e do VAR, reforçando a controvérsia em torno do lance.

Lucas Lima, o melhor em campo, resumiu o sentimento da massa rubro-negra: “O árbitro estragou o jogo. Estava bonito, disputado. Lutámos de igual para igual”, disparou o camisa 10 do Leão.

De facto, o Sport sai deste jogo moralizado. Com organização, intensidade e maturidade táctica, deixou claro que está preparado para os desafios da Série A. Apesar de o sector ofensivo ainda carecer de maior eficácia — com Pablo discreto e Barletta a precisar de afinar a finalização — o colectivo respondeu com qualidade.

Do lado do Palmeiras, a vitória traz alívio, mas não convence. A equipa continua distante da consistência que se exige a um candidato ao título. A dependência de lances de bola parada ou de acções individuais é preocupante. E mesmo com os triunfos, os questionamentos sobre as decisões de Abel Ferreira acumulam-se.

Na Ilha do Retiro, venceu o Palmeiras. Mas quem jogou como grande foi o Sport.

Imagem: Cesar Greco / Palmeiras

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