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Crónica: Apático e desorganizado, Cruzeiro cai no último lance na Argentina

Cruzeiro estreia com derrota na Sul-Americana frente ao Unión Santa Fe. Equipa apática sofre golo nos acréscimos e sai da Argentina sem rematar com perigo. Fabrício Bruno se destaca, mas não evita castigo justo pela má exibição coletiva.

Por Eduardo Vieira

02/04/2025 – Atualidade/Opinião

Imagem: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

A estreia do Cruzeiro na Taça CONMEBOL Sul-Americana ficou marcada por uma exibição pálida e um desfecho cruel. A equipa mineira perdeu por 1-0 frente ao Unión Santa Fe, na Argentina, sofrendo o golo da derrota no último lance da partida. Foi um castigo tardio, mas justo, para um jogo em que a Raposa praticamente não incomodou o adversário e revelou carências graves na construção e na organização defensiva.

Apesar de enfrentar um dos piores classificados do Campeonato Argentino, o Cruzeiro teve enormes dificuldades para se impor no Estádio 15 de Abril. Sem Kaiki, Matheus Henrique, Dudu e Kaio Jorge no onze inicial, Leonardo Jardim apostou numa formação mista que nunca encontrou o ritmo certo.

O Unión, por sua vez, entrou pressionado, mas determinado. Com linhas subidas e transições diretas, criou problemas desde o início, especialmente pelo corredor esquerdo. O jovem Dómina chegou a marcar, mas o golo foi anulado por fora de jogo. Fragapane, Del Blanco e até o improvisado Corvalán exploraram com facilidade as costas da defesa celeste. Ainda assim, o setor central do Cruzeiro — com Fabricio Bruno e Gamarra — reagiu bem nos primeiros 45 minutos, segurando o empate.

Com a bola, o Cruzeiro foi inoperante. A equipa não conseguiu sair da pressão em bloco médio do Unión e mostrou-se incapaz de gerar superioridade no meio-campo. Walace e Romero estiveram estáticos, e a ligação com o ataque foi praticamente inexistente. A equipa brasileira até teve mais posse, mas finalizou apenas oito vezes — com um único remate enquadrado.

Na segunda parte, o panorama pouco mudou. O Unión cresceu, trocando mais passes no campo ofensivo e levando perigo em pelo menos três ocasiões antes dos 20 minutos. Só com a entrada de Dudu, pelo setor esquerdo, que Villalba conseguiu soltar-se mais um pouco e conseguir algum lampejo. A intensidade dos argentinos diminuiu e o Cruzeiro conseguiu, por momentos, ocupar a intermediária adversária, mas sem objetividade ou agressividade no último terço.

Lançado aos 88 minutos, Lucas Silva protagonizou um erro de posicionamento fatal. Aos 93, após confusão na área num lance de bola parada, Diego Díaz aproveitou a sobra e bateu Cássio com um remate seco para garantir a vitória dos anfitriões.

O resultado coloca o Cruzeiro na lanterna provisória do Grupo E, que ainda conta com o Palestino (Chile) e o Mushuc Runa (Equador). A margem para recuperação existe, mas a imagem deixada na estreia continental está longe de ser encorajadora. A equipa de Leonardo Jardim soma agora duas derrotas, dois empates e apenas uma vitória em cinco jogos oficiais. E o problema não são apenas os números, mas sim a falta de identidade do futebol apresentado.

Fabrício Bruno foi o destaque cruzeirense. Seguro, atento e com cortes providenciais, foi um dos poucos a manter o nível competitivo. Mas sozinho não foi suficiente para salvar um Cruzeiro que pecou pela apatia e pagou o preço — no último suspiro do jogo.

Imagem: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

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