O espaço dedicado aos profissionais portugueses no futebol brasileiro.

Crónica: Jogo aéreo decide e Vasco vira sobre o Santos na abertura do Brasileirão

Vasco vira sobre o Santos em São Januário e estreia com vitória no Brasileirão. Barreal marcou para o Peixe, mas Nuno Moreira e Vegetti decidiram pelo alto. Equipa de Carille cresce na segunda parte e expõe falhas defensivas santistas.

Por Eduardo Vieira

01/04/2025 – Atualidade/Opinião

Imagem: Matheus Lima/Vasco

O Campeonato Brasileiro começou com emoção em São Januário. Num duelo entre clubes históricos que regressam à Série A com aspirações distintas, o Vasco levou a melhor sobre o Santos ao vencer por 2-1, de virada, com um segundo tempo avassalador e decisivo — mais uma vez — de Vegetti. O Santos, que abriu o marcador com Barreal, acabou por sucumbir à pressão e às próprias limitações.

A primeira parte foi marcada por um início promissor do Peixe, mesmo sem Neymar e Soteldo, ambos fora por lesão. Aposta de Pedro Caixinha, o argentino Álvaro Barreal aproveitou um erro crasso de Paulinho na saída de bola e, com categoria, encobriu Léo Jardim. Tiquinho Soares, com faro de armador, deu o passe decisivo. Foi o primeiro golo santista em bola corrida após seis tentos consecutivos de bola parada — e um início de estreia como titular perfeito de Barreal com a camisola do Santos.

Mas o bom início escondeu um problema recorrente: a falta de constância. Após o golo, o Santos recuou, reduziu o ritmo e chamou o Vasco para o seu campo. O castigo viria na segunda parte. Se na primeira etapa o Vasco parecia perdido em campo, ansioso e sem profundidade, na segunda metade o cenário mudou — e muito.

Com as subidas de rendimento de Paulo Henrique e Lucas Piton, e com o apoio incansável das bancadas de São Januário, o Vasco virou o jogo com dois lances aéreos de manual. Primeiro, Vegetti ajeitou a bola com precisão para a cabeçada de Nuno Moreira. Depois, o próprio centroavante argentino selou a virada com mais um cabeceamento letal, após cobrança de falta de Payet. O poder aéreo vascaíno voltou a ser determinante, como tantas vezes já havia sido nas temporadas anteriores.

O Santos, por outro lado, afundou-se. A equipa não conseguiu retomar a posse de bola, sofreu com transições defensivas mal coordenadas e viu os centrais Zé Ivaldo e Gil — até então seguros — fazerem a pior atuação da dupla desde que assumiu a titularidade, com erros posicionais e pouca imposição nas jogadas aéreas. A equipa de Caixinha perdeu o fio do jogo e não deu resposta anímica à virada sofrida.

Barreal foi o nome mais lúcido no ataque santista, mostrando boa movimentação e entrega. Rollheiser, outro estreante, ficou devendo, mostrando vontade, mas pouca efetividade. A equipa saiu derrotada, desorganizada e sob pressão.

Pelo lado vascaíno, o ambiente também teve seus momentos de tensão, especialmente ao intervalo, quando Fábio Carille foi alvo de assobios. Mas o treinador viu o seu conjunto transformar-se na segunda parte, com uma exibição de raça e eficácia. Vegetti, mais uma vez, provou que é sinónimo de decisão. Em apenas três oportunidades claras, participou de dois golos e foi, ao lado de Nuno Moreira, o grande nome da noite.

Há o que corrigir, como a marcação no meio-campo e a fraca cobertura defensiva nas costas de Piton. Coutinho ainda procura o seu espaço e o lado esquerdo continua congestionado. Ainda assim, os vascaínos saem com uma vitória que dá ânimo e confirma: o espírito de São Januário e a cabeça de Vegetti continuam a ser armas letais.

Imagem: Raul Baretta/ Santos FC

Subscreva-se a nossa newsletter e fique por dentro do campeonato brasileiro por um ponto de vista português.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

logo-botafogo-256 (1)

Botafogo

ceara

Ceará

logo-cruzeiro-256

Cruzeiro

palmeiras

Palmeiras

logo-santos-256

Santos

Escudo_do_SPFC_2006-Atualmente

São Paulo

sport

Sport Recife

vasco

Vasco