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Quinta jornada portuguesa: Abel mantém consistência e Pepa afunda no Sport

Quinta jornada do Brasileirão reforça tendências entre os portugueses: Abel mantém o Palmeiras competitivo, Pepa afunda no Sport e Leonardo Jardim procura soluções no Cruzeiro. Em campo, Nuno Moreira continua a ser o maior destaque luso na competição.

Por Eduardo Vieira

22/04/2025 – Atualidade / Opinião

Imagem: Giuliano Abrahão / Sport Recife

A quinta jornada do Brasileirão 2025 reforçou os contrastes entre os treinadores portugueses. Enquanto Abel Ferreira continua a impor um padrão competitivo ao Palmeiras mesmo em jogos menos inspirados, Pepa vê o seu trabalho ruir perante um Sport cada vez mais desorganizado. Leonardo Jardim lida com as limitações do plantel, e Renato Paiva ainda procura o equilíbrio. Entre os jogadores, Nuno Moreira reafirma a sua importância no Vasco.

Treinadores

Abel Ferreira (Palmeiras) – Nota 7.5/10
No Castelão, Abel escalou o que tinha de melhor, com o regresso de Emiliano Martínez ao meio-campo e a entrada de Flaco no lugar de Vitor Roque — alteração que funcionou. O Palmeiras não brilhou tecnicamente, mas foi eficaz e seguro. Com substituições inteligentes, reforçou o sector defensivo e obrigou o Fortaleza a apostar em cruzamentos e remates de fora da área, sem criar real perigo. A solidez demonstrada, mesmo em dias menos inspirados, comprova a consistência do trabalho do técnico português.

Leonardo Jardim (Cruzeiro) – Nota 5/10
Repetiu a base das últimas boas exibições, confiando numa estrutura que parecia consolidada. A única alteração foi forçada: improvisou Jonathan Jesus como lateral-direito, mas sem sucesso. O Cruzeiro apresentou boas dinâmicas na primeira parte, com recuperação rápida da posse e transições verticais. No entanto, a entrada de Gabigol após o intervalo desfigurou o meio-campo, que perdeu intensidade e capacidade de criação. As restantes substituições também não tiveram o efeito desejado. Jardim vê-se agora perante o desafio de adaptar o seu modelo a um plantel com características que não foram pensadas para o seu estilo de jogo.

Pepa (Sport Recife) – Nota 1/10
A pressão chegou ao limite. Criticado pelas escolhas iniciais, especialmente pela ausência de Lucas Lima, Pepa viu a sua equipa ser dominada pelo Corinthians. O lado esquerdo da defesa, com a improvisação de Chico, foi um foco constante de problemas. Mesmo após baixar as linhas e manter o empate ao intervalo, a equipa voltou desconcentrada e sofreu golo logo no início da segunda parte. As substituições não surtiram qualquer efeito, e o Sport revelou-se inofensivo até ao final. Apesar dos desfalques, a incapacidade de reação e a má organização agravam ainda mais a sua situação. A saída parece iminente.

Renato Paiva (Botafogo) – Nota 4/10
Iniciou o jogo com linhas subidas, pressionando o Atlético-MG e tentando controlar o jogo desde trás com trocas de passe. No entanto, a ineficácia ofensiva e os erros defensivos persistem. A equipa sofreu o golo no início da segunda parte e perdeu organização após a expulsão de David Ricardo. As substituições foram conservadoras e a equipa perdeu presença ofensiva, mesmo em desvantagem no marcador. Paiva continua sem conseguir equilibrar defesa e ataque, e os resultados negativos acumulam-se.

Jogadores

Cédric Soares (São Paulo) – Nota 6/10
Mostrou bom entrosamento com o jovem Lucas Ferreira no lado direito, contribuindo para algumas jogadas ofensivas. Defensivamente, esteve sólido e controlou bem os ataques do Santos. Exibição segura e dentro da média.

Gonçalo Paciência (Sport) – Nota 4/10
Fez a sua estreia no Brasileirão, após recuperação de lesão. Revelou ainda falta de ritmo competitivo. Teve duas oportunidades, mas falhou na finalização e na tomada de decisão. Necessita de tempo e continuidade.

João Silva (Sport) – Nota 2/10
Atuação para esquecer. Errou no primeiro golo do Corinthians e desviou a bola no segundo, anulando qualquer hipótese de defesa. Passa por uma má fase, contrastando com o bom início de temporada.

Nuno Moreira (Vasco) – Nota 7.5/10
Mais uma exibição positiva. Criou perigo em diversas jogadas, quase marcou um golo de belo efeito, e contribuiu nos contra-ataques. Saiu lesionado, o que gera preocupação, mas continua a ser um dos grandes destaques portugueses até ao momento.

Rafael Ramos (Ceará) – Nota 5.5/10
Actuou pela primeira vez como titular neste Brasileirão, adaptado como lateral-esquerdo. Fez um bom trabalho defensivo, em exibição sólida e comprometida. No ataque foi discreto, mas cumpriu bem a função no seu sector.

Sérgio Oliveira (Sport) – Nota 5.5/10
Foi o toque de qualidade da equipa, especialmente na primeira parte. Marcou o único golo do Sport e foi substituído por questões físicas. É uma das peças mais fiáveis no meio-campo da formação pernambucana.

Balanço final

Abel Ferreira mantém o Palmeiras competitivo e bem estruturado, mesmo sem grandes exibições. Leonardo Jardim enfrenta um desafio tático perante um plantel pouco adaptado às suas ideias. Renato Paiva continua a falhar no equilíbrio da sua equipa, enquanto Pepa parece perto de deixar o comando do Sport. Nos relvados, Nuno Moreira confirma-se como o português em melhor forma no Brasileirão até aqui.

Imagem: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

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